Vendo
o que não víamos
( Eder Roberto Dias )
Quando olharmos o nosso desespero,
devemos olhar o desespero que há em nosso planeta! Veja o quanto à morte é
natural diante dos olhares que se acostumaram a ver a violência como um
dispositivo inerente ao meio que nos cerca. A fome, a miséria, os tiros que
ferem a alma de nossos irmãos e a indiferença que nos faz parados, quanto na
verdade, deveríamos ajudar e impedir esse imenso flagelo. Ninguém é de ninguém!
Nem mesmo o amor encontra morada na pressa que desajusta a realidade e nos faz insanos, inconsequentes e perdidos
na maldade que invade a todos os espaços. Arvores são mortas, animais são
removidos de seus hábitats em que as raízes morrem diante das extinções comidas
pela vaidade. Achamos que somos donos, proprietários de terras que se levantam
na poeira que inalamos indiscriminadamente por posseiros ricos e escravagistas.
Somos culpados pela bala perdida que mata uma criança que passa na calçada em
direção de sua escola. Uma escola que não ensina, que não produz seres humanos
que respeitem seu tempo e sua liberdade. Quem de nós não pecou? Não foi atacado
pela prioridade amarga do esquecimento? De nada adianta chorar por sobre o
leite derramado! Quando em verdade não somos capazes de vigiar o momento exato
em que a temperatura excessiva o faz transbordar. Reclamamos, porém o que
estamos fazendo para que a vida seja mais pontual diante do muito que não é só
nosso? Deixamos de nos localizar, de nos ver e reagrupar o bem como sendo a
semente mais próxima de nossa felicidade! Felicidade que se vai e se afasta a
cada dia, a cada sequência que somos voláteis demais para nos unir diante de
nossas muitas necessidades.
Queremos dinheiro, casas
sofisticadas e carrões que nos levem mais rápido a lugar algum! Pensamos que a
vitória na vida esta nas conquistas materiais e na locução de nossos gritos
mais altos: Você sabe quem eu sou? Não somos nada e não seremos nada enquanto
não aprendemos a admirar a proporção igualadora de nossos sentimentos. Abaixo ao
sentimentalismo! Ele não nos ajuda se não houver a ajustagem em realizar
mudanças que mudem a estrutura destrutiva de nossa raça dominante. Dominamos o
espaço entre a terra e a lua, mas somos incapazes de proibir o desmatamento da floresta
Amazônica. Morremos e matamos o mundo que nos alimenta da carne que é trocada
por um punhado de papel moeda. Deus deve se sentir triste, tolhido de seus
melhores sentimentos quanto a nós. O que estamos fazendo? No que estamos nos
transformando? Estamos vendo o que não víamos e aceitamos o que não queríamos.
Melhor que mostrar a nossa maldade seria vermos o quanto deixamos de ser
aprimorados na natureza real de nossa igualdade. Respiramos um ar que nos chega
aos pulmões com poeira poluída e cheiro indesejado de fumaça de drogas que
destroem a nossa mente. Mentimos em demasia quando vemos nossos animais
morrerem atropelados nas estradas e brigas de rinhas.
A bandidagem toma o que é nosso,
mas nós ainda não aprendemos a ver o quanto somos bandidos de nós mesmos. Antes
de questionar as intemperes de nossa vizinhança, veja a realidade que acontece dentro
de sua casa.
Escritor, poeta, palestrante e
autor do livro: O amor sempre vence.
Contato: e.roberto.dias@ bol.com.br
Blog: erobertodias.blogspot.com.br
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