Artigo: Não respeitamos

Não respeitamos
                           ( Eder Roberto Dias )

A maravilhosa fonte da vida nos quer prontos para aceitar o bem que possa conviver com o nosso amor. Porém somos sufocados por inúmeras raízes que nos condicionam a temer a luminosidade de nossa própria esperança. Passamos muitos anos de nossa existência aprendendo que a legalidade de nossas intenções deve ser a de ser mais forte que o poder de outras intenções de insucesso e de não crescimento. Nos enganamos por sermos enganados, e a cada passo que sejamos capazes de dar, nos condicionamos ainda mais com a promiscuidade em nos relacionarmos com o mal que nos paralisa e destrói. A eficiência de nossos pensamentos passa a exercer uma modulação negativa diante do muito que poderíamos produzir com mais eficiência e liberdade. Não respeitamos o bem vital e nos apressamos em destruir a boa essência que deveríamos enfatizar e construir diante de nossos dias. Estamos estagiários de nosso medo e de tudo que renegamos, porém continuamos a ir de encontro com os piores fundamentos humanos. A displasia e a falta de organização com a nossa realidade mais intima, nos imputa um mal estar que corrói e desestabiliza o nosso espírito que necessita e necessitará de toda compreensão que nossos olhos e mente precisem ter. A salvação não está no encontro de nossa presença, mas na ascensão que consigamos dar as nossas atitudes de respeito e comunhão para com o bem que temos de produzir ao entorno de nosso todo. As demagogias deverão ser extintas, e juntamente com elas, as falsas discrepâncias que anunciamos no ato nada peculiar de nossa falsa fé. Desejamos viver uma paz que não produzimos, pois desconhecemos a verdadeira presença dessa paz. Estamos atrelados as luxurias do corpo, e isso nos afasta de um encontro, que não acontece com a espiritualidade que nos quer sóbrios e imbuídos de uma simplicidade que nos surja de dentro pra fora. Devemos nos relacionar com o mundo e com tudo que esteja impregnado em nosso mundo interior. Exteriorizar o ruim sem que geremos contra fluxos em outros mundos ou que venhamos nos deixar sucumbir por algo que não deve nos desanimar e nos fazer parar. Tudo está em nossas mãos e na disciplina que nos leva a ir bem longe de nossos falsos remansos. Há uma simetria a ser intuída e assumida por nossas boas intenções de crescimento e analogia de vitórias: somos luz e perfeição mediante a tudo que somos capazes de nos dar. O nosso hoje deve ser o maior sinal de engrandecimento e reconhecimento perante a tudo que sejamos capazes de ver, ouvir e falar. Sem isso, não saberemos diagnosticar a nossa sabedoria ou acessar um caminho que nos faça interlocutores de nossas muitas opiniões. Enquanto isso não acontece, viveremos em um mundo onde tudo nos levará ao mundo disforme das muitas discussões e atropelos sociais. Crescer é abandonar a priorização nada saudável do consumo que nos consuma e nos mate bem diante da eternidade que nossa santidade poderá nos dar.

Comentários