Artigo: Um adeus bem breve

                                Um adeus bem breve
                                                              ( Eder Roberto Dias )

Pela primeira vez em minha vida, senti em meu peito uma dor que dilacerava meu coração. Invadia todas as formas de sentimentos que havia em meu corpo, cintilava diante de minha agonia, a tristeza em saber que no fundo de tudo, eu deveria me alegrar ao invés de chorar. Mas meus pensamentos me deixavam tremulo, mortalizado e distante de todas as verdadeiras realidades que eu deveria expor. Acredito na vivacidade do espírito, na superioridade que há em cada despedida que consiga nos arrebatar ao melhor de nosso encontro. Liberdade é a questão para tudo o que nos oprime, desgasta e nos apresenta a real vertente de nossa pior descrença de fé e opinião de vivência. O meu melhor teria de ser aplicado e feito! O absoluto momento de minha perda teria de suplantar o receio e todas as más posturas de minha já tão profunda saudade. Estava eu, diante do imponderável universo de um adeus, com significado de um até breve. Minha mãe já não podia mais me abraçar, me tocar ou dar-me um maravilhoso beijo. Descobri que eu havia entendido o quanto ela me ensinava seu último ensinamento de vida. A sua morte me ensinava valores especiais de amor, união, afeto, ternura, paz. Ela dormia o sono da tranquilidade, enquanto eu me apegava na solidão de um mergulho seco, profundo e sem ar. Arfei em pedidos infindáveis, para que tudo aquilo fosse apenas um pesadelo, e que tudo passa-se rápido e se transforma-se em um abraço saudoso e real em meus anseios de agitação para com uma cena que era exatamente oposta ao que eu queria ver. Havia um fim da carne e o despertar do infinito modo da cura real da espiritualidade de retorno. Vai com Deus minha mãezinha querida. Eu te amo cada dia mais com a força de cada novo momento de sua falta. Estou te libertando para que a senhora vá em direção de seu infinito. Não serei um impedidor de suas descobertas, pois é no amor de meu reconhecimento que farei de minha vida uma eterna homenagem a você. Gostaria de tê-la ao toque de minhas mãos, mas de hoje em diante, a terei no toque de meu coração a imagem abençoada, de sua presença no mais profundo momento de luz e paz.
Obrigado minha mãe por ter me ensinado a ser livre, honesto e sincero. 
A morte é apenas um intervalo que nos unirá após termos vivido a nossa mais curta e saudosa separação.