Poesia: Morreu

Morreu
                                                                          ( Eder Roberto Dias )


Estou me distanciando de meu tudo...
Mas ao perceber o que me parecia ser o todo, vejo que não tinha nada;
Um vazio que escorria pelas mãos como se fosse água a deslizar por minha pele;
Um nada de nada que enlouquecia meu silêncio e a minha chegada ao mundo sem cores ou flor.

Estava sem estar, estava sem se encontrar com o vazio que me impedia de cantar;
De dizer a cada minuto: estou vivo e vivendo;
Apenas o nada...
Um nada sem nada que se institui no vigor de minha estada;
Uma estrada sem asfalto, sem placas, sem nada!

De meu espelho vejo a reação de meu abandono;
Da antológica que me traria a vida e suas muitas cores;
Não me deixarei ficar no assombro mau de minha anulação, pois o meu nada acabou de morrer;
Morreu por incompetência, morreu por inoperância... Simplesmente morreu.


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