Deixou
de estar
( Eder
Roberto Dias )
Sou
apenas um poeta...
Que
com o orvalho se inunda da friagem que o mundo se alimenta;
Com
a desesperadora fome de virtudes que são consumidas pelas mazelas dos
descrentes, que ausentes, migram para o formigueiro dos mortos.
O
sol nasce desconfiado e com medo;
As
arestas das nuvens se excluem para não ver as matas queimadas, os animais sedentos.
Sou
apenas um poeta...
Incapaz
de profetizar ou explicar a maldade humana que se sobrepõe a tudo que há de
mais belo aos olhos e coração;
Estamos
desgarrados da fina linha tênue que nos matem vivos.
O
que existia deixou de estar;
Deixando-nos
órfãos e soltos nas ruas esburacadas e sem placas.
O
hoje que vejo em meu agora...
Não
me trás o tempo;
Não
se ajeita com a veracidade de um poeta e seu último suspiro de amor.
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